Junho é o Mês de Conscientização Mundial da Escoliose – o “Junho Verde”. Mas por que esta referência à escoliose? Por que um mês dedicado para conscientização deste desvio da coluna? Afinal, o que é escoliose?
A escoliose é uma deformidade, um desvio da coluna vertebral em forma de curva, algumas vezes com um formato de um “S”. Quando olhamos a coluna em uma radiografia de frente, ela não apresenta curvas, sendo o normal ser reta ou discretos desvios até 10 graus. Qualquer desvio acima disso, consideramos ter escoliose. Portanto trata-se, na verdade, de um desvio e não propriamente uma doença.
Figura 1 – Radiografia de frente de uma coluna normal.
Figura 2 – Radiografia de frente com escoliose.
O problema da escoliose é que, se não tratada, pode ir progredindo, “entortando” mais, chegando a desvios mais graves, com alterações estéticas, ortopédicas e cardiorrespiratórias muitas vezes incapacitantes. Estes são motivos pelos quais o mês de junho foi escolhido para conscientização da importância deste desvio e sua avaliação desde a infância ou o mais precoce possível.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, existe uma estimativa de que a Escoliose Idiopática (“idiopática” significa “sem causa conhecida”) acometa 2 a 4% da população mundial. O dia 27 de junho foi escolhido como o Dia Internacional da Conscientização da Escoliose Idiopática.
Existem vários tipos de escolioses, mas as principais são:
O tratamento da escoliose idiopática deve ser iniciado o quanto antes possível para impedir alterações nas estruturas da coluna e do corpo, controle de dores e problemas cardiorrespiratórios que possam aparecer na vida adulta. Escolioses mais graves diminuem a longevidade e qualidade de vida.
O diagnóstico precoce nos permite a realização de cirurgias de menor porte, quando são necessárias, pois quanto maior o desvio, maior e mais difícil vai se tornado a cirurgia. Todos esses são importantes motivos para a conscientização deste desvio.
Como a escoliose é um problema que tem maior frequência na adolescência, é importante que os pais passem a observar a postura de seus filhos, procurando por alguma assimetria, como a cintura desnivelada, um ombro mais alto que o outro, as garotas podem apresentar uma mama mais saltada ou maior que a outra.
Existe um teste, que os pais podem fazer em casa e reconhecer a escoliose, que se chama Teste de Adams. Com o adolescente em pé, sem camisa, peça para flexionar ou curvar a coluna para frente como se fosse colocar as mãos no chão. Observe então qualquer diferença ou assimetria no tórax dele, tanto na região torácica quanto lombar, procurando por um lado mais alto que o outro. Você pode vê-lo de lado, de costas virada para você, de frente. Caso perceba algo ou tenha dúvidas, procure um médico especializado em coluna vertebral.
Figura 3 – Manobra de Adams, examinando a coluna por trás.
Figura 4 – Manobra de Adams, examinando a coluna pela frente.
A maioria dos casos de escoliose do adolescente não necessita de cirurgia, pois será tratada com um programa de correção postural, mudança de hábitos posturais e realização de exercícios.
O adolescente precisará de um acompanhamento por alguns anos, mas o tratamento poderá ser simples e tranquilo, quando o desvio é identificado no início.
Flávio Porto Franco Piola, cirurgião de coluna, é mestre e doutor em Ciências da Saúde Aplicadas ao Aparelho Locomotor (Ortopedia e Traumatologia) – USP
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